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Polêmica na Câmara: vereadores de São José não apoiam a independência entre os poderes

15/02/2017

As sessões da Câmara Municipal de São José no ano mal começaram e já trouxe uma surpresa nada boa para os cidadãos josefenses. Um Projeto de Emenda a Lei Orgânica, que esteve em votação na última segunda-feira (13/02), continua restringindo a independência do Poder Legislativo e amplia para os vereadores a possibilidade de ocuparem cargos nas esferas estadual e federal. E o pior: já foi aprovado em primeira discussão.

 

O projeto altera a redação da Lei Orgânica do município, possibilitando que os vereadores possam ocupar cargos em secretarias no município, nos poderes legislativo e executivo do Estado e nos poderes legislativo e executivo federal, sem que haja a perda de mandato.

 

A assessoria jurídica da AEMFLO e CDL São José analisou o projeto e encontrou indícios de inconstitucionalidade: para preservar a independência do Poder Legislativo e seus membros, além de garantir a eficiência da função legislativa, a Constituição da República estabelece prerrogativas, proibições e limitações aos membros do Congresso Nacional. As Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos municípios devem obedecer ao mesmo principio.

 

Isso significa que a Lei Orgânica do Município de São José extrapola a sua competência, ferindo princípios e normas constitucionais, se permitir que os vereadores ocupem cargos em comissão demissíveis a qualquer tempo, o que é proibido pelo artigo 54 da Constituição Federal e artigo 34 da própria Lei Orgânica do Município de São José.

 

Para o presidente da AEMFLO e CDL São José, Marcos Souza, deve haver um debate maior antes que um projeto deste teor seja votado na Câmara. “Os vereadores eleitos receberam o voto de confiança dos josefenses para defender seus direitos. Votar num projeto deste teor sem um debate com a sociedade não é democrático”, diz. A diretoria executiva da AEMFLO e CDL São José já está em contato com os vereadores buscando sensibilizá-los para que haja mais diálogo. “O debate é imprescindível para evitar uma ação direta de inconstitucionalidade, em relação ao projeto e até mesmo aos dispositivos da Lei Orgânica do Município, como o inciso I, do artigo 36 e inciso I, do parágrafo 5º, do artigo 37, da mesma lei”, revela.

 

Confira o voto de cada vereador sobre o projeto na primeira discussão:

Abel do Salão (PHS) – favorável

Alexandre Rosa (DEM) – contra

Alini da Silva Castro (PMDB) – favorável

André Guesser (PDT) – contra

Antônio Lemos (PMDB) – favorável

Caê Martins (PSD) – contra

Clonny Capistrano (PMDB) – favorável

Cristina de Sousa (PRB) – contra

Edilson Vieira (PSDB) – favorável

Jair Costa (PSD) – contra

Meri Hang (PSD) – favorável

Michel Schlemper (PMDB) – favorável

Moacir da Silva (PSD) – favorável

Nardi Arruda (PSD) – favorável

Orvino Coelho de Ávila (PSD) – favorável

Sanderson de Jesus (PMDB) – favorável

Sandra Martins (PSDB) – favorável

Reinaldo Neckel (DEM) – contra

Túlio Maciel (PSC) – favorável 

15/02/2017

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