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CATARINENSES DESCONFIAM DO PACOTE DE LULA

22/01/2007

Presidente anunciou dia 22/01 as medidas para estimular a economia 
Líderes das principais entidades empresariais do Estado duvidam da hipótese de crescimento em 2007, se este for sustentado apenas pelo chamado Pacote de Aceleração da Economia (PAC), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao setor produtivo brasileiro. A Fiesc, Facisc, Faesc e FCDL reclamam da mesma coisa: a alta carga de impostos e juros, a falta de investimentos em infra-estrutura e a demora na realização de reformas.

Assessores do ministro Guido Mantega chegaram a admitir à imprensa no final de semana que as medidas terão pouca eficácia neste ano. A expectativa é para os três seguintes, para quando o governo acha que vai, no mínimo, conter o crescimento dos gastos. A equipe econômica de Lula espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4,5% em 2008, e acima de 5% nos dois anos seguintes, neste segundo mandato.

O primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias de SC, Glauco José Côrte, enumera quatro frentes de governança, que, aliadas ao PAC, podem surtir efeito. Para o dirigente, é fundamental estimular os investimentos, reduzir gastos e o tamanho do Estado, melhorar a educação técnica e básica e promover as reformas.

“O governo investe pouco, porque não tem capacidade de poupança. Gasta muito e sem eficiência. Ficou claro, a partir de meados do ano passado, que não basta só reduzir juros” - afirma Côrte.

O presidente da Federação das Associações Empresariais de SC, Luiz Carlos Furtado Neves, acredita, por sua vez, que a política de redução de juros deve continuar, porque o dinheiro fica mais barato até para o governo. Este, na opinião do dirigente, tem que criar ações de incentivo às empresas, pois, especialmente para as catarinenses, a queda na competitividade está afetando os negócios.

“O empresário não pára de trabalhar, à espera de um milagre. Não podemos ter expectativa acima do que apresenta a realidade em que vivemos” - comenta, referindo ao possível teor do PAC, que deve ser mais frouxo na área fiscal.

Campo quer estradas boas e incentivo

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de SC, Enori Barbieri, está ainda mais desconfiado. Para ele, o setor, que sofreu uma crise de preços e credibilidade em 2006, não será contemplado. Barbieri diz que incentivos às exportações, subsídios a combustíveis e melhoria das estradas e portos seriam os verdadeiros aceleradores do trabalho no campo.

Na outra ponta do setor produtivo, o setor terciário também está cauteloso com as medidas, apesar de a esperança de ser 2007 um ano melhor que o anterior. O presidente da Federação das Câmaras de Dirigente Lojistas, Roque Pellizzaro Jr., diz que a desenvoltura do comércio será a base para avaliar a eficácia do PAC.

“Somos o pára-choque da economia. O que acontece na indústria e no campo, o comércio sente antes”.

Fonte: DC - por Felipe Faria

22/01/2007

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